quando as flores se calarem diante de nossos olhos surdos
e o perfume desaparecer de nossas narinas
talvez sejamos capazes não mais de perceber a vida
mas conscientizarmo-nos, ao menos,
de que aquilo que agora temos
não passa de mera sobreviência
porque o silêncio das flores é o silêncio das almas
a ausência do perfume é o vazio do espírito
a incapacidade de vermos a flor que se resseca
diante de nossos olhos
a flor que se esvai em pálidas pétalas
é nossa incapacidade de sentir a vida
de tirar da existência ainda algum alento
alguma utópica explicação para este todo já vazio
deste todo autodestrutivo
porque vem das flores a verdadeira beleza
é delas que emanam a sensibilidade
e a fragilidade tão necessárias à vida
mas se flores já não há
como havemos nós inundados de alguma vida?
restam-nos as pedras e os espinhos e as sementes mortas
no solo árido do corpo ressequido que nos é esmolado
neste dia-a-dia em que nos danamos
neste cotidiano em que nos enganamos
ficcionando que somos alguma coisa
além do trágico e do medo que nos consome
sábado, 14 de junho de 2008
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3 comentários:
Ótimo Gabriel!! Conseguiste realizar todo o trabalho. Não te preocupes tanto com o nosso tema, flores, como diz no teu blog, "porque vem das flores a verdadeira beleza,é delas que emanam a sensibilidade,e a fragilidade tão necessárias à vida"
Gostei muito, faltou apenas o título do poena e o nome do autor. Bjs,
Profª Darlene
e ai gabriel o seu blog esta muito legal
iai mew fico bom o teu blog a sora num mando comentario. Qual e teu orkuk. Ta zuando mt nas ferias ai hehehehe!!!!!
FLW! ate!
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